segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Faltam pouco mais de 44 horas para meu voo. Apesar de já ter feito inúmeras viagens internacionais, não consigo relaxar. A cabeça fica a mil. E se o avião atrasar? E a mala? Se eu perder a conexão? Fora o fato de que me ausentarei por 57 dias, longe de ex-mulher (que amo) (rs), de filhos, mãe, dos PROBLEMAS, do ESTRESSE... Some-se ainda o fato de que estou no meio do processo de venda e compra de um imóvel, e que minha família vai ter que concluir sem mim... mas estou precisando... Não sei se é acrise dos 50, não sei se é insatisfação com várias coisas, sei lá... mas vai ser bom. Saio de Salvador na 4a feira em um voo da Air Europa para Amsterdam, Holanda, com escala em Madrid, Espanha. Minha ideia é blogar toda a minha viagem... veremos...

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Após uma pausa, ou seria quase desistência, volto a postar nesse blog. Em particular pretendo narrar aqui as minhas experiências durante minha próxima viagem ao exterior que se inicia no dia 3 de dezembro. Fiquem atentos!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NOSSO (EX) VICE-PRESIDENTE

Vou correr o risco de sofrer muito abuso com o que estou perto de escrever já que nosso ex-Vice Presidente José de Alencar está sendo visto por todos como herói, corajoso, amante da vida; enfim, exemplo para todos os Brasileiros.

Em minha opinião o que ele está sendo é egoísta e covarde. Vou explicar. Você aí do outro lado da tela do computador, se tivesse tido os mesmos problemas que ele teve nos últimos 12 anos estaria lendo esse texto? Claro que não. E por quê não? Ora bolas, porque você já teria morrido! Ou porque seu seguro de saúde não cobriu boa parte dos procedimentos necessários, ou pior, se não tivesse plano de saúde teria morrido ainda antes visto que o SUS, pelo menos para você e eu, meros mortais, não teria nem coberto os exames para detectar o câncer que ele teve.

Você tem idéia de quanto está custando todos os tratamentos que esse senhor fez nos últimos 12 anos, tudo pago pelo seu e meu imposto? Tens idéia de quantas vidas teriam sido salvas se esse dinheiro não tivesse sido gasto para salvar esse cidadão em particular? Uns diriam, mas toda vida não tem preço, toda vida deve ser salva. Lindo argumento. Mas quem paga? Essa questão precisa ser levantada. Em um país como o nosso, porque ele merece ser salvo enquanto milhares de outros, não? Tenho certeza que você sabe a resposta!

Como economista que sou precisamos pensar sempre em termos de escolha, i.e, como gastarmos os preciosos recursos escassos que temos. Temos consciência que não dá para salvarmos todos, educarmos todos, consertarmos todas as estradas, então, o que fazermos com os recursos que temos? Quem toma as decisões? Eu? Você? A elite? Elite da que eu faço parte? Ainda que da elite, e não da Elite.. Um aluno meu, 14 anos, perguntou-me outro dia. Por que não instituir plebiscitos para decidir cada questão nacional importante? Boa pergunta! Esse vai longe...

O ex-Vice Presidente se diz extremamente religioso. Então, por que tanto medo da morte? Se ele é tão religioso assim já há muito tempo deveria ter se resignado, aliás, resignado não, deveria estar alegre em conhecer o nosso Pai supremo. Mas não, ele não que morrer. Por quê? A imprensa o chama de corajoso, que ele está lutando pela vida. Porreta, eu vejo o outro lado. Ele tá com medo de morrer e enfrentar o Pai lá em cima... Pois se tivesse com a consciência limpa, já teria a muito atendido o chamado do seu Pai.

Me chame de insensível. Me chame de irresponsável. Tudo bem, aceito. Mas se faça essas perguntas que acabei de fazer... Quais seriam as suas respostas?

domingo, 26 de setembro de 2010

SILÊNCIO

Mais de um mês do meu último post. Tantas coisas para dizer, para escrever e ao mesmo tempo me pergunto se quero mesmo escrever e dizer o que penso. Meu aniversário foi no último dia 12. Muitas mensagens de parabéns no Orkut, Facebook e até Twitter, mas não me lembro de um grande abraço, de um telefonema... Interessante o mundo de hoje.

Essa data é interessante, dúbia até. Ao mesmo tempo em que comemoramos estarmos vivo, estamos também mais perto da morte, inevitável e à espreita nos esperando na próxima esquina. O corpo diz 45 anos, mas a cabeça teima em pensar que temos 21. A mente diz, faz e o corpo responde, não dá...

Conheci alguém recentemente que considero talvez uma das mulheres mais lindas que já vi. Ex-namorada de um sobrinho meu, ela tem 21 anos. Meu Deus... Tenho idade para ser pai dela, e o que queria era fazer amor com ela até eu não aguentar mais. Depois abraçá-la e ficar sentindo o cheiro dela até adormecer... Acordar de manhã com ela ao meu lado e fazer amor de novo... E cheirá-la de novo, e sentir sua respiração e coração sobre o meu peito até que a vida nos obrigasse a nos levantar e enfrentá-la novamente.

Mas ela nem tchum! sniff sniff

Tem uma outra menina também linda... Já a conheço a mais tempo, mas ela tem uns problemas... rsrsrsrs

E então vamos vivendo... Pra quê? Até quando?

domingo, 8 de agosto de 2010

A CAVERNA DE PLATÃO

Estive hoje no Salvador Shopping. Fui ao cinema com meu filho. Chegamos cedo e o shopping estava vazio, apenas alguns “gatos pingados”, que assim como eu e meu filho, tinham a mesma intenção — assistir a um filme. Ver o shopping daquele jeito, vazio, frio, trouxe uma sensação estranha que só mais tarde pude compreender.

Ao sair do cinema deparei-me com uma multidão e o burburinho particular de um shopping. Gente para lá e para cá, gente de todas as tribos, de mãos dadas, brigando, amando, solitárias, comendo, rindo, chorando.

Vi carinhos entre pessoas do mesmo sexo, brigas entre marido e mulher, pobres, ricos, patricinhas, putas, bebês no chão, madames e suas empregadas a tiracolo, homens com suas amantes, mulheres traindo seus homens, jovens da periferia deslocados naquele mundo de luxo e ostentação.

Vi vitrines... e mais vitrines... E anúncios de “sale” e até “liquidación” da loja “ON”. Vi sacolas sendo carregadas, caixas sendo arrastadas, crianças fazendo cena porque queriam o que não recebiam. Vi camisas Lacoste de R$ 250,00, vi relógios Oakley de R$ 9.990,00 e até “baratos” Triton de R$ 800,00. Vi ternos A|X, Armani Exchange se não conhece as iniciais meu leitor pobretão, de meros R$ 1.995,00. E até supermercado onde uma cliente deixou cair sua sacola, e junto 4 de seus preciosos iogurtes eu também vi!

Vi gente vestida como se vai para uma formatura. Vi gente vestida como se vai a um estádio de futebol. Vi gordo, vi gorda, vi magra e vi gostosa. Vi marombeiros impotentes devido às doses cavalares de hormônios de cavalo e até marombeiras eu vi. Vi até dois dessa tribo discutindo por ciúmes, com uma terceira servindo de conselheira “matrimonial”.

Mas de tudo que eu vi, o que mais me marcou foi o que não vi. Não vi, em ninguém, e nem senti, e é até difícil explicar o que não vi, foi uma sensação de “realidade”. Era como se ali fosse um sonho irreal, onde os problemas ficavam fora dali. Era como um sonho onde nós o controlamos para fazer o que nós quisermos. Ao contrário da vida lá fora onde a vida nos impõe aquilo que ela quer.

Era um sonho coletivo criado pelas forças poderosa do mercado, que nos tira qualquer força racional que ainda pudéssemos ter. Todos enfeitiçados pensando apenas em uma coisa, ter o que não se tem. Ainda que absolutamente e irremediavelmente desnecessária.

Ah... E o sentimento poderoso de frustração! Que nos esmaga e nos transforma em um ser menor, por não poder ter aquilo que desejamos ter. Diminuindo-nos de tamanho e transformando-nos em ratazanas temendo ser esmagados pelos poderosos e suas sacolas. Que força poderosa.

Eu? Escolho a realidade. Da miséria, das guerras, do frio, do amor e do trabalho da 2ª feira. O meu mundo eu quero real, palpável. Mesmo com dor e até sofrimento. Pois antes a dor e sofrimento real, do que a dor e o sofrimento de sonhos de onde muitos não querem acordar,

Eu? Prefiro tentar transformar meu dia de cada dia, em um mundo melhor de se viver — real e não imaginário.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O QUE VOCÊ SABE?

Às vezes me pergunto o que realmente sei sobre a vida. Tenho 45 anos e já vivi mais de 50% do que tenho a viver, levando-se em conta a expectativa de vida de um brasileiro de classe média alta. Estudei muito, e ainda estudo, li muito e ainda leio, mas menos do que deveria, tento me informar o máximo possível sobre tudo o que acontece ao meu redor, em Salvador, na Bahia, no Brasil e no mundo; e ainda assim, a velocidade em que novas informações surgem me deixa inseguro sobre o que realmente sei.

Mas se eu estou inseguro sobre o que sei imagina sobre o que não sei. Eu sei que não sei de tantas outras coisas que eu gostaria de saber. Muito mais até, do que sei. Queria saber de tanta coisa mais que não sei, e sei que não sei. E isso me frustra. Querer saber o que não se sabe. Aprender o que ainda não aprendi! Queria saber sobre buracos negros, quasares e pulsares (acho que escrevem assim), antropologia, cultura egípcia e maia e inca e asteca, queria saber como se faz um molho de mostarda, e por aí vai.

Mas isso não é o mais frustrante. Ainda temos um dilema pior.
E aquilo que não sabemos que não sabemos? Imaginem a quantidade de informações, coisas, fatos, ciências, histórias, fenômenos, etc. que não temos idéia que existem, ou se mesmo existem. Por exemplo: será que existe um elemento químico que seja ao mesmo tempo sólido e gasoso?

Não saber que não sabe é o cúmulo da ignorância. E eu não quero ser ignorante! Eu quero saber, conhecer. Eu preciso disso. O homem precisa disso. Mas é impossível. Pelo menos hoje ainda é. Será que um dia saberemos de tudo, ou no mínimo, saberemos de tudo inclusive daquilo que não sabemos?

sexta-feira, 9 de julho de 2010

BLITZKRIEG DAS RUAS

Olha, esse assunto é um dos poucos que me tiram do sério. Por isso essa será a única vez que falarei dele. O trânsito de Salvador. Terra sem lei, habitada por facínoras sem alma onde cada metro de asfalto, ou terra, ou paralelepípedo, ou buraco é disputada como se fosse a última barata comestível após uma guerra nuclear.

Educação? Como pedir educação em uma terra onde a escola é vista como uma obrigação (des)necessária cujo objetivo é apenas de permitir aos pais um local onde deixar os seus filhos para que os mesmos possam trabalhar, divertirem-se ou fazer sei lá o quê eles fazem. Educar seus filhos que não é.

Cada motorista ou pedestre dessa cidade concebe a idéia de que o chão à sua frente pertence a ele, e apenas a ele. Ninguém pode ter a audácia de pretender adentrar em seu território, sob o risco de retaliação. Em função dessa crença de posse de território, cada um acredita que nesse espaço “seu” ele pode fazer qualquer coisa. Ele é o REI de “sua” terra.

Sendo Rei desse pedaço de chão à sua frente ele pode parar em fila dupla, fila tripla, fechar cruzamento, não utilizar o pisca alerta, andar com os faróis apagados, não ter as luzes de freio operacionais, descarregar a qualquer hora do dia ou em qualquer lugar e por aí vai.

Cada centímetro de chão desabitado, ou seja, ainda não ocupado por outro facínora, é visto como a Rússia foi vista por Adolf Hitler. Blitzkrieg(1) neles. Ocuparei esse pedaço de chão o mais rápido possível com a maior violência possível antes que outro faça o mesmo. Aí vemos as ultrapassagens pela direita ou pelo acostamento ou ainda entre as faixas de rolamento, as roubadinhas ou, como gosto de dizer, assaltos à mão armada, etc.

Onde vamos parar. Acho que na mesma terra de Mad Max(2). E aí, a civilização, ou o que restou dela será para os mais fortes, ou os mais loucos. Dessa civilização, desculpem-me, mas eu não quero viver pra ver.

1 Foi uma doutrina militar a nível operacional que consistia em utilizar forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tivessem tempo de organizar a defesa
2 Filme estrelado por mel Gibson sobre um mundo pós apocalipse